quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Após despejo violento autoridades abandonam sem terra na praça


Retorno para o campo depende agora do governo de Alagoas que travou na burocracia


Associação de militares de PE após campanha  caluniosa  são obrigados a bancar esses outdoors pelo MPE 

O acampamento da Praça Sinimbu, das famílias despejadas em 24 de janeiro
do corrente ano completou dez meses de despejo e nove na praça. Na ocasião as 70 famílias ficaram à margem da BR104 e temendo mais violência depois de muitas perdas e de cair no esquecimento, quinze dias, 25 delas resolverem fincar acampamento na porta do INCRA no dia 8 de fevereiro.

Nesta terça-feira, um grupo esteve no Iteral para cobrar pressa em apresentação da minuta do convênio com o governo federal, resultados das tensões no campo e idas para Brasilia  do INCRA e governo do estado. A saída para as quatro áreas de maior conflito para cada movimento, e pela difícil e demorada solução pela via  comum das tramitações do INCRA o governo federal sugeriu convênio para aquisição de 4 propriedades num formato diferenciado, onde o governo de Alagoas receberia os recursos da União e, formalizaria essa aquisição peculiar (fora da legislação de desapropriação agrária, por interesse público e não por interesso social) e única no estado. Mas, depois de mais de dois meses da agenda em Brasília o projeto parou por dúvidas da presidência do Iteral e por falta de orientações jurídicas especializadas.

Nos primeiros dias, as autoridades fizeram o que mais sabem, ignoraram. Digno de quem não quer assumir a autoria do problema e tentar vencê-los (sem terra na praça) pelo cansaço. Mas o povo que tem orgulho de ser brasileiro e não desiste nunca, foi ficando e o incômodo aumentando. A pressão foi aumentando de setores do comércio, turismo, vizinhos e de outras instituições públicas que se avizinham da praça. Parece que autoridades sediadas na capital do estado, não mediu as conseqüências de seus atos e não entendem [ou assim se faz entender] que enquanto a reforma agrária não for feita quem "sofre" é o centro do estado (Maceió) e resolveu trazer mais um problema para a metrópole.

Incluindo esse despejo (o mais violento do ano) o Estado despejou até fevereiro 1.283 famílias de 26 imóveis rurais.Famílias despejadas por movimento nesse período: CPT: 134 despejadas de 04 áreas; MST: 550 despejadas de 10 áreas; MLST: 192 despejadas de 03 áreas e MTL: 407 famílias despejadas de 10 áreas. A onda e a velocidade acrescida de violência teve inclusive reação do Arcebispo de Maceió, Dom Antonio Muiniz, que se pronunciou em nota. Em conseqüência da expulsão das famílias do campo, também foram destruídos cerca de  100 hectares de alimentos destruídos por tratores das usinas. 

A capital sofre não apenas porque sedia o INCRA e, por conseqüência, recebe o retorno dos sem terra. sofre porque as cidades que hoje estão inchadas e "invadidas" por pobres e miseráveis vindos da região metropolitana e das cidades interiores, vítimas da falta de oportunidade e da monocultura da cana, da pecuária e da seca, criando vários focos de misérias, como grotas, favelas ou bairros pobres (pelo aglomerado de gente pobre e pela falta de infraestrutura e atenção básica.

Com os crimes praticados pelo agronegócio (fazendeiros, usineiros e multinacionais) com a inobservância dos direitos trabalhistas, trabalho escravo, agressão ao meio ambiente e derrubada de casas e expulsão das famílias do campo esses promovem uma verdadeira invasão das cidades. Agridem as pessoas e ao estado que terminam por ter que dá respostas para amenizar a miséria, e esses (agronegócio) ainda tem o apoio incondicional do estado.

Antes do êxodo rural, havia maior número de habitantes nos campos em estado de miserabilidade. E ao invés de melhorar a vida do campo para manter os trabalhadores fixados e os  proprietários com mais apoios financeiros e com redução de encargos e garantia de diretos para ambos com uma vigilância intolerante a uma agressão ou expulsão dos camponeses.

O estado (municípios, estado e união) não construiu casas no campo sem custo para os proprietários nem para agricultores e agora as constroem na cidade sobrecarregando os serviços e criando conflitos entre aqueles que vivem do seu trabalho (classe baixa e média). Não providenciou postos de saúde, escolas entre outras políticas, inclusive a segurança (pública, integridade física, psicológica e alimentar) e agora são obrigados a prover. E quando demoram, ou não dão respostas, se deparam com as mobilizações e protestos como reações da população por direitos [protestos hoje não é exclusividade de sem terra]. 

Com o despejo do campo as famílias migram para as cidades que, inchadas, não se programa com os serviços para atender tal demanda. A presença forçada dos pobres do campo acarreta os serviços. mais pessoas precisão de médicos, vagas nas escolas, energia, água, segurança e como não mais produzem, querem e necessitam de alimentos. A ausência de quem produz alimentos do campo também faz com que haja escassez de alimentos e preços elevados.   

Mas, em síntese, o que representa a reforma agrária: "Reforma Agrária: Esperança para o campo, comida na sua mesa" e paz para campo e cidade, conforme uma campanha publicitária feita em Pernambuco, obrigado pelo Ministério Público a uma associação de militares depois de uma campanha em outdoors difamatória e preconceituosa contra os sem terra.
(Coordenação MTL/AL)

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