sábado, 10 de dezembro de 2011

Novo Lino vive caos na saúde e prefeitura comete crime ambiental

O secretário de saúde tem curso de veterinária incompleto e lixo hospitalar é jogado perto de rio
Novo Desde que foi desbaratada uma quadrilha em 2010 [segundo o promotor] que desviava recursos públicos através das licitações em Novo Lino, culminando com o afastamento por quatro meses e várias ações de improbidade ofertadas pelo MPE ao tribunal de justiça, que o prefeito Everaldo Barbosa (PMN) e o município vivem uma situação controvérsia e conturbada, com o futuro cheio de incertezas.

O secretário de saúde era Marcos Barbosa, primo do prefeito, que deixou a pasta em setembro, após tornar-se réu em processo na justiça estadual pelas licitações fraudadas. Dispensando o zelo com a saúde da população, o prefeito nomeou o senhor Carlos Souza, conhecido como “Carlos veterinário”.

Mesmo nessa profissão nobre [veterinário] ele não concluiu o curso. A lei impede que ele trate [profissionalmente] da saúde dos animais, mas, não de ser responsável pela saúde da gente – reclama indignada, Maria José do Carmo, usuária do SUS,instada a comentar a nomeação para chefia da saúde.

Os problemas na atual gestão não param por aí. Ainda na área da saúde, os garis ao relatar as péssimas condições de trabalho e o risco a que são submetidos pelo Secretário de Administração, Ednaldo Barbosa (irmão do prefeito), acabaram denunciando mais crimes da atual gestão: condições de trabalho, coleta e destino do lixo hospitalar irregular.

O destino do lixo da cidade - incluindoo lixo hospitalar com material pérfuro-cortante, segundo o gari, é a cerca de dois quilômetros da área urbana, e o local que não é licenciado pelo IMA, fica a cerca de 150 metros do rio Manguaba. Em terreno inclinado para o leito dorio. Chovendo, tanto o chorume, quanto outros resíduos leves são arrastado para a água, denuncia o gari.

Pela Resolução do Conama nº 358, de 29 de abril de 2005 (Conselho Nacional de Meio Ambiente) é de responsabilidade do município a coleta, seleção e destino para local licenciado pelos órgãos ambientais estaduais. Em Alagoas cabe ao IMA o licenciamento e fiscalização. Também a Vigilância Sanitária deve monitorar a seleção e destino do resíduo hospitalar.

Os garis cumprem a função irregular de coletores na caçamba do lixo (agregada por outro irmão do prefeito), pois no último concurso essas vagas não foram preenchidas. Também denunciaram que pessoas fizeram o concurso para gari, se apadrinharam do prefeito, e foram “desviadas” para área administrativa ou para serem vigias em outras secretarias. E para suprir tem gente contratada de forma irregular.

Com esse descaso com a saúde pública, as vítimas (além da natureza) começaram aparecer. Primeira vítima do caos se deu na reação ao tratamento do SUS na cidade foi pela usuária Cosma Maria que no dia 26 de outubro flagrou uma funcionária do Laboratório Municipal Olindina Claudino, recolhendo, logo após descarte em lixeiro no ambiente de esperados exames, uma cartela de seringas não utilizadas.

Ao perceber a reutilização de material jogado no lixo, recusou-se a realizar exames com o material do laboratório, comprou novos na farmácia. Outras pessoas que presenciaram a confusão fizeram o mesmo. Isso causou um princípio tumulto no recinto e discussão com a funcionária. Segundo a usuária, no dia havia umas vinte pessoas. Ao sair, ainda fui seguida pela profissional da saúde, para tentar me intimidar para que não dissesse o ocorrido na rua – desabafou a doméstica e usuária do SUS.

Um mês depois a segunda vítima foi Claudio Ramos Lopes, casado, 34 anos, seis filhos, gari concursado, mas exerce a função de coletor na caçamba, no último 23 de novembro sofreu acidente e teve a mão esquerda perfurada por agulha utilizada recolhida junto com o lixo hospitalar. Ao ser atendido, a médica o alertou do perigo que corre e o submeteu a medicação para tentar evitar possíveis contaminações. Os riscos maiores são de AIDS ou uma hepatite grave.

Em atendimento no Hospital Hévio Auto, foi coletado sangue para exame para detectar possíveis contaminações e iniciou um tratamento com retorno a cada seis meses. Foi encaminhado para tomar injeções para prevenção no HU da UFAL. Não teve apoio da prefeitura, desde que voltou da consulta continuou trabalhando e apesar da urgência e dos riscos que corre, faz um mês que tenta um carro para tomar as injeções na UFAL e simplesmente não consegue o transporte na saúde.

A vigilância sanitária, que até pouco tempo, dividia uma sala de cerca de 9 m2 com a secretaria de agricultura e meio ambiente, pouco tem feito. Não foi por falta de apoio nem de recursos. O responsável, Alfredo Soares, também acumulou o cargo de membro da CPL da prefeitura, e terminou preso, pelo promotor (em 2010) por tentar ocultar documentos públicos e virou réu em ação no TJAL. Também não foi por falta de recursos que nada fez.

A pasta da vigilância em 2010 teve gastos na ordem de um milhão e trezentos mil reais. Apenas apreendeu três caixas de remédios vencidos. Em quanto isso a maioria que apoia o prefeito na câmara de vereadores, não vê nada, não sabe de nada e nem age e ainda abafa a CPI. O MTL foi procurado pelas pessoas e deve encaminhar a denúncia para a vigilância sanitária, IMA e Promotoria de Novo Lino.

( Fonte: Força Sindical de Novo Lino )

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