sábado, 9 de junho de 2012

Após denúncia, fiscais da DRT vistoriam construção de casas e apartamentos em Maceió

Construtora SAUER é denunciada por péssimas condições de trabalho em obra do Minha Casa Minha Vida.

Fiscais da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) apareceram para fiscalizar a obra nesta na sexta (8), segundo trabalhadores, para averiguar a existência de situação de risco e atrasos de até três meses de salários na construção civil, quando trabalhadores atearam fogo e bloquearam parcialmente a Avenida Cachoeira do Meirim, acesso ao Benedito Bentes. O MTL fez a denúncia na última quarta-feira (6).

Um pedreiro da construtora "SAUER" - empresa responsável pela obra - afirmou que estar recebendo seus vencimentos em dia, se negando a falar das condições de trabalho. "O atraso estar sendo apenas para os terceirizados, como da empresa MC do Recife", esclareceu.

Mesmo que as irregularidades sejam na empresa terceirizada, não exime a responsabilidade da contratada de ter mantido serviços e relações trabalhistas precários para burlar a legislação para diminuir os empregados com carteira assinada e os encargos. Afinal, a contratada é responsável por quem coloca em seu canteiro para tocar obra.

Uma empregada terceirizada que faz faxina confirmou que os atrasos salariais permanecem, e que não foi abordado todo mundo nem dado prazo para sanar as pendências após a visita de fiscais da DRT, dizendo que "demorou pouco e falou com poucas pessoas", sem precisar se houve constatação de irregularidades e eventuais punições.

É aguardar uma satisfação da DRT sobre o assunto e a extensão dessa fiscalização a outras obras do Minha Casa Minha Vida em Alagoas, que pelo visto anda sem fiscalização. Também preciso ser esclarecida qual é a responsabilidade da Caixa Econômica que financia as habitações com dinheiro público e é a quem cabe a fiscalização do cumprimento do contrato e a aplicação dos recursos financiados.

(MTL/AL)



 


quarta-feira, 6 de junho de 2012

Empresa financiada pelo Minha Casa Minha Vida mantém trabalhos precários e subumanos em Maceió

Trabalhadores da construção Civil bloqueiam no acesso do Benedito Bentes e denunciaram  atraso de salários.

 

Um grupo de aproximadamente 30 trabalhadores - na sua maioria mulheres -  ateou  fogo em pneus e galhos de árvores,  por volta das 13 horas dessa quarta (6), bloqueando parcialmente a Avenida Cachoeira do Meirim, nas imediações do CAIC no Benedito Bentes II, parte alta de Maceió. Elas disseram que naquele conjunto a empresa "MC" de Recife (sem precisar se era a terceirizada ou a construtora) mantinha cerca de 80 trabalhadores entre faxineiras, pedreiros, pintores, encanadores e eletricista em situação irregular e revelaram um dos responsáveis pelo atraso dos salários "Júnior".

Ainda conseguiram interditar uma "mão" no sentido Shopping Pátio Maceió. No início havia duas viaturas com cerca de 3 policiais apenas observando a reação dos trabalhadores urbanos que reclamavam até três meses de salários atrasados. Uma das manifestantes, denunciou que estavam trabalhando em condições de riscos e degradante,  que falta material de limpeza e de proteção como luvas, máscaras entre outros. "A empresa nos faz de burro de carga" denunciou uma outra manifestante.

Com o grupo meio disperso, e os homens afastados,  com a chegada de mais uma viatura, os policiais se aproximaram dos manifestantes com as mãos sempre próximas às armas, foram cercados por  algumas mulheres que denunciaram o abuso nas relações trabalhistas. Os policiais evitaram a interdição completa da pista, mas sem preparo para lidar com conflitos sociais, nada negociaram com os manifestantes, nem acionaram o Centro de Gerenciamento para fazer contatos com os representantes da empresa para averiguar compromissos para sanar as pendências.

Um policial que acompanhou desde o início, disse ao chegar o reforço da última viatura: "se eu tivesse uma guarnição boa, queria ver se esse vagabundos iam fazer  o que queriam", demonstrando como lidam com reações populares por conta de direitos desrespeitados. Com o reforço, ainda empurraram um manifestante que tentava colocar mais pneu e iniciaram a retirada por conta própria.

Uma das manifestantes disse:  "não vejo tanta violência e disposição para combater os criminosos. Agora, quer agredir trabalhadores. Por que não reagem contra quem paga o salário deles ou não dar condições de trabalhar".  E ainda desafiou: "Se tirar  o bloqueio e não resolver, voltaremos a bloquear  hoje ou amanhã.  Aqui não tem fiscalização de nada",  concluiu. 

 

(MTL/AL)

 

MTL mobiliza 700 trabalhadores, tranca o Incra com cadeado e ocupa três órgãos públicos em Maceió

 

NOTA

      

 

 São trabalhadores Sem Terra e Sem Teto na luta por terra,  moradia e desenvolvimento para assentamentos.

 

Mobilizando cerca de 700 trabalhadores sem terra e sem teto de nove municípios, o MTL realiza protesto contra o despejo desastroso  da Praça Sinimbu, por moradia, terra e desenvolvimento para os assentamentos, FECHOU O INCRA COM CADEADO  E CORRENTES -  paralisando em definitivo os trabalhos dos funcionários  e OCUPOU mais três órgãos públicos em Maceió na manhã desta quarta-feira (06) são eles: IBAMA, SEINFRA/AL e  DNIT – pelos motivos  abaixo:  

 

INCRA - Em janeiro de 2011 o judiciário despejou 75 famílias da fazenda Cavaleiro, em Murici. Dessas, 27 ocuparam por 15 meses a Praça Sinimbu, em Maceió. Foram despejadas pela prefeitura e judiciário, levadas para Branquinha e expulsa do Assentamento Flor do Mundaú  em ação organizada pela prefeita Renata Moraes, que articulou cerca de 150 pessoas para ameaçar os sem terra caso se instalassem em lote do assentamento, defendendo os compradores ilegais de lotes que na "emboscada" se encontravam armados e dizendo-se dispostos a tudo. Expulsaram os sem terra do assentamento e da  cidade.

 

Com a expulsão, os sem terra retornaram para Maceió com seus pertences nos mesmos transportes e ocuparam a sede do INCRA à note do dia  do despejo (31 de maio). Hoje, por volta das oito horas os ocupantes do Incra fecharam os portões com cadeado e corrente, paralisando as atividades do órgão definitivamente pela agilidade do convênio que comprará quatro imóveis rurais (um para cada área de conflito dos Movimentos – MTL, MST, MLST e CPT).

 

Este Convênio se arrasta há um ano, e sequer  foi assinado entre MDA – INCRA – Governo de Alagoas. A compra dessas fazendas resolve em definitivo o problema dos trabalhadores que estavam na Praça Sinimbu e  agora estão morando dentro do INCRA e dos três acampamentos dos demais movimentos em despejo na Vara Agrária, na iminência de conflitos.

 

Além do protesto pelo convênio, os trabalhadores também reivindicam do INCRA-AL e MDA-DF, 1) Publicação do EDITAL DE ATES – paralisadas desde março (garantia de recurso no Orçamento). 2) Convênio de aquisição dos quatro imóveis rurais; 3) Mapeamento Fundiário – conclusão pelo Estado/Iteral (falta repasses de parcelas do convênio com MDA, além dos serviços já realizados não publicados); 4) Recursos para novas vistorias (depende da descentralização do Orçamento INCRA/MDA);

IBAMA – ocupação na sede na Gruta se deu em reinvindicações das licenças ambientais pendentes. Tem pendencias também no IMA, que recebeu recursos do MDA para emitir emissão das licenças  exigidas para produção e implantação de infraestruturas nos assentamentos. O caso mais grave é a demora do IBAMA de Brasília, de quem depende o licenciamento do Assentamento Buenos Aires (Maragogi) por ser de fronteira interestadual - já dura mais de ano sem resposta;

DNIT – O protesto na Sede do órgão federal  no Jaraguá é pela conclusão do asfalto do acesso entre os municípios de Flexeiras e São Luiz do Quitunde que foi alvo de protesto. Compromisso foi assumido pelo governo de Alagoas. Obra começada no início de 2011. É financiada pelo DNIT. A empresa fez trechos alternados e parou deixando "pedaços" intercalados da pista sem o asfalto para serem concluídos depois, devido o "encharcamento" da terra nesses trechos e a obra terem iniciados em tempos de chuvas.

A obra foi abandonada. O MTL juntou-se com os trabalhadores do transporte alternativo e bloqueou a BR 101 no trevo de acesso a Flexeiras há cerca de quatro meses. O DER começou uma operação "tapa-buracos"  que durou cerca de 15 dias e o DNIT mandou parar e retirar as máquinas alegando que a obra era de competência do DNIT sem retomá-la.

 

Com as chuvas recentes, as condições de trafegabilidade piorou, os motoristas são forçados a dirigir em baixa velocidade, o que tem aumentado os casos de assaltos e riscos para o transporte de estudantes, da produção para as feiras (perdas e difícil acesso) e de emergência na saúde. Para complicar ainda mais, não se tem segurança da PM dos Municípios de São Luiz do Quitunde e Flexeiras.

 

SEINFRA Ocupada as nove horas para as habitações do Acampamento sem teto Dandara (Maceió) e Otávio Amaro (Novo Lino). O Acampamento Dandara (Maceió), existe há seis anos no Benedito Bentes. O Governo do Estado comprou o terreno, fez o projeto. Não incorporou o imóvel à área urbana de Maceió. Tem garantia de recursos junto a Caixa Econômica Federal e empresa certa para construção, dependendo - desde novembro de 2011 - de alvará da obra pela Prefeitura de Maceió.

A Secretaria de Planejamento de município não autorizou e emissão do Alvará, assumiu o processo de inclusão do imóvel à área urbana que depende estar na Procuradoria Municipal para depois ir para a câmara de vereadores em meio a esvaziamento para as eleições. A Seplam solicitou mudanças no projeto urbanístico feito pela SEINFRA. Há desencontros de informações entre as secretarias de Maceió e Estadual (SEINFRA). O  MTL tenta há meses reunião entre as pastas.

   

A pauta para o Acampamento Sem teto Otávio Amaro (Novo Lino): Os moradores sem teto ocuparam terreno comprado pela prefeitura em 2008 e ganharam no TJAL o direito de permanecer no  imóvel até construção das casas. A gestão atual do município herdou o terreno pago e  perdeu em quatro anos todos os prazos, não protocolou projeto e agora próximo às eleições quer doar apenas  terrenos e ameaça de expulsão quem não assinar o termo de doação.

A  prefeitura foi ocupada em maio e solicitado uma audiência na SEINFRA com o secretário Marco Fireman, o prefeito Everaldo Barbosa (PMN), a Promotora da Cidade, Centro de Direitos Humanos da PM, Defensoria Pública do Município e uma comissão dos sem teto. A reunião já foi adiada por duas vezes pela SEINFRA.

 

Nessa mobilização os 700 trabalhadores (a) que  protestam em quatro  órgãos públicos vem dos municípios de Maceió, Novo Lino, Messias, Rio Largo, União, Murici, Flexeiras, Maragogi, São Luiz do Quitunde.

 

(Coordenação do MTL/AL)

 

 

 

 

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