terça-feira, 5 de março de 2013

Trabalhadores ligados ao MTL Ocupam INCRA, Secretaria Municipal e Agência de Habitação do Estado.

A ação mobilizou cerca de duzentos e cinquenta trabalhadores sem-terra e Sem-teto na Capital

Revoltados com a avalanche de despejos preparados para este mês através da Vara Agrária e pautas travadas com as três esferas dos poderes públicos (Prefeitura, Governos de Alagoas e Federal/INCRA), 250 trabalhadores urbanos e rurais ligados ao MTL, Movimento Terra Trabalho e liberdade, ocuparam no final da manhã desta segunda-feira (4) o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), a Secretaria Municipal de Planejamento de Maceió e a Agência de Habitação do Estado.

Destes, cerca de 150 trabalhadores sem-terra vindos de vários municípios da Zona da Mata Alagoana como de acampamentos de Messias, Rio Largo, Murici, União e os do assentamento Flexeirinhas, em Flexeiras, que tiveram suas terras “encolhidas” após a desapropriação pela Autarquia Federal, de 400 para 160 hectares em 2007. O caso está na Justiça Federal e será alvo de uma perícia.

Também está presente nesta mobilização, parte do acampamento Cavaleiro, também conhecido como Gulangi, que foi despejado violentamente em 2010 da zona rural de Murici, há 45 km de Maceió. Com a destruição de barracas e perdas de lavouras, os trabalhadores deslocaram-se para a Sede do Incra e em seguida montaram barracas na Praça Sinimbu, onde ficaram 15 meses.

A ocupação dos sem-terra será por tempo indeterminado. Segundo Rafael Carlos da coordenação, “depende das negociações em Alagoas e garantias da Presidência do Incra em Brasília, que lançou edital para compra de terras ofertadas pelos proprietários. O prazo expira-se em junho; até então, nenhum imóvel foi oficialmente ofertado”. Para Antônio Alves, também da coordenação, “o (Presidente do Incra) Carlos Guedes precisa reconhecer que seu plano paralisou a reforma agrária em Alagoas e falhou, aumentando o conflito por aqui. Serviu de justificativa para os despejos”.

Enquanto isso, os trabalhadores sem-teto que residem no Acampamento Dandara há sete anos, resolveram ocupar a Secretaria de Planejamento de Maceió que tem travado o processo de construção do Conjunto habitacional que abrigará cerca de 500 famílias. Não gostaram do que ouviram depois de tanta morosidade que suas casas não seriam ali. Iriam para as margens do Bairro, onde padecem sem serviços básicos, segurança e infraestrutura. Desocuparam a secretaria municipal e, enfileirados, foram para a Agência de Habitação do Estado, de fronte ao Palácio do Governo.

O Acampamento Dandara uma junção de dois outros (Dandara e Zumbi) que desocupou o terreno para a construção do Shopping Pátio Maceió, no acesso do Benedito Bentes, para outro terreno que era dos servidores municipais. Houve mais um despejo. Deslocando-se definitivamente, segundo a cúpula da SEINFRA, para terreno comprado pelo Governo de Alagoas, ao lado do Campo Santo (cemitério dos ricos) no Conjunto João Sampaio no mesmo Bairro.

Disputas políticas à parte, entre o ex-prefeito e a governança alagoana, o Shopping e as casas dos servidores municipais foram erguidos, o projeto habitacional dos acampados foi elaborado, IMA emitiu a Licença Ambiental, recursos foram garantidos pela Caixa Econômica Federal, projetos social e arquitetônico elaborados e as famílias assinaram os contratos. Faltava apenas um alvará para dá inicio ao empreendimento social.

Este, aparentemente pequeno “detalhe” demorou dois anos e rendeu várias ocupações e reuniões entre a secretaria municipal, Movimento e SEINFRA. Ao final de 2012, avaliaram os gestores dos programas habitacionais estaduais, que, considerando que o Chefe do Executivo da Capital para 2013, Rui Palmeira (PSDB), era correligionário do governador e do Secretário da Infraestrutura, Marco Firemman (Presidente do seu partido na Capital), haveria condições de se encontrar uma saída. Todo mundo foi pego de surpresa pela atitude da equipe da prefeitura.

Quais as razões e consequências desta atitude? Disseram que é porque as casas serão erguidas próximas à Área de Proteção Ambiental Pratagy e, ou, por parte do terreno está na área rural. Rafael levantou questionamentos para esta decisão: - Então pode “casas” para mortos ricos (um cemitério) que emenda com a mata e não pode casas para pobres? Em Alagoas, até após a morte, ricos tem preferencia para descanso em detrimento dos pobres vivos? Como o Governo de Alagoas comprou este terreno de 12 hectares, a Assembleia Legislativa dos Deputados aprovou, e o IMA emitiu as licenças (cemitério e projeto habitacional)? Que responsabilidades tem para estes?

A ocupação na Agencia de Habitação terminou apor volta das 15h, após serem recebidos pelos diretores Ângela Paim e pelo Senhor Pedro, dois dos organizadores e autores do projeto, que tomaram ciência do plano da prefeitura por telefone naquele momento e apenas repassaram passivamente. Com tantas indagações e muita peregrinação, haverá uma assembleia no sem-teto para avaliar e decidir o que fazer.

Segundo Rafael adiantou, “não se sabe que decisão sai da assembleia, pois as famílias estão divididas. Mas, poderá ser o questionamento do empreendimento fúnebre junto ao MPE, voltar para o pátio do shopping de onde foram retiradas, resistir no local ou aceitar serem removidas; Qualquer estratégia será definida coletivamente”. Mas, adiantou que vai solicitar uma reunião mais ampliada com prefeitura, governo, MPE e IMA para que se esgotem as opções sem que os trabalhadores precisem deixar o local que já é seu pelo que foi publicado no Diário oficial do Estado.

(Coordenação do MTL/AL)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

TST - terceirização não exime empresas de responsabilidade trabalhista

A terceirização dos serviços é adotada por muitas empresas, mas a legislação brasileira estabelece critérios claros para este tipo de contratação. O objetivo é evitar que os trabalhadores não sejam prejudicados. Em entrevista à TV TST que foi ao ar em setembro de 2011, o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Pedro Paulo Manus (foto) explica o que é terceirização e como os trabalhadores podem se proteger. A terceirização ocorre toda vez que uma empresa contrata outra para executar determinados serviços. Ou seja, em vez de desenvolver uma atividade com empregados próprios, o trabalho é realizado por meio de outra empresa. A jurisprudência atual do TST admite a terceirização nas atividades meio das empresas, mas não em suas atividades fim. O problema é que, muitas vezes, as condições de trabalho dos terceirizados são precárias e os direitos trabalhistas acabam sendo desrespeitados. O ministro alerta, na entrevista, que a empresa contratante dos serviços também pode ser responsabilizada se a terceirizada, aquela que faz a contratação de pessoal, não cumprir as obrigações trabalhistas. "Ela tem a chamada responsabilidade subsidiária. Se a empresa terceirizada não pagar os direitos de seus empregados, eles podem se voltar contra a tomadora do serviço. O que se busca com isso é que a tomadora do serviço fiscalize o cumprimento das obrigações trabalhistas", disse. (Memória TV TST)

Venda de álcool líquido para uso doméstico será proibida a partir de 1º de fevereiro

Brasília - A partir de 1° de fevereiro, a comercialização do álcool líquido com graduação acima de 50 graus Gay Lussac (° GL) para uso doméstico em supermercados e outros pontos de venda no atacado e no varejo vai ser proibida. Só será permitida a venda do produto em forma de gel, que é considerado mais seguro. A medida considerou que o álcool líquido oferece riscos de acidentes por queimadura e por ingestão. Em 2002 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a fabricação e comercialização do produto, mas a Justiça suspendeu a determinação. Em 2012, a Justiça Federal derrubou a suspensão e deu até dia 31 de janeiro para a indústria se adequar à nova norma. Caso a decisão não seja respeitada, o produto deverá ser recolhido. Ainda cabe recurso à decisão da Justiça. Edição: Fábio Massalli // atualizado às 20h49 para esclarecimento de informações sobre local de venda de álcool líquido no primeiro parágrafo Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil. (Aline Leal/Agência Brasil -EBC)

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