sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Sem Terra desocupam a Praça Sinimbu

Os trabalhadores rurais se juntaram aos outros do mesmo despejo na BR 104

 

Nesta sexta-feira (31), as 27 famílias de trabalhadores sem terra deixaram a Praça Sinimbu, no Centro de Maceió. O desmonte das barracas teve inicio por volta das 9 horas. Deixaram a Capital às 11 horas com destino para a entrada da fazenda Gulangi, também conhecida por Cavaleiro, na margem da BR 104 do acesso à cidade de Murici, onde se juntam às outras 50 famílias também oriundas do despejo que completa um ano e oito meses, sendo que desses, 19 meses foram de ocupação da praça.

A motivação desse retorno se deu, segundo Rafael Simão Carlos da coordenação do MTL, nem tanto pela publicação do edital no inicio de agosto [com validade até junho do próximo ano] pelo Incra com as garantias dadas pelo Presidente do Incra Nacional Carlos Guedes de compra mais célere para que proprietários ofertem terras voluntariamente para a avaliação e compra pelo Instituto de Colonização e Reforma Agrária  - Incra de Alagoas. "O descrédito do Incra se dar pela lentidão e descumprimento em prazos para compra de terras ofertadas, além da reforma agrária ficar fora até o momento da agenda da presidente Dilma Russeff", disse o coordenador.

Segundo Rafael Simão, "a proposta do edital ainda não ganhou a plena confiança dos sem terra e, pelo jeito, nem dos proprietários que até então não ofertaram nenhum imóvel rural, por alguns já haver ofertado terras e o governo federal não cumprir os prazos apara arrecadação dessas terras, gerando mais conflitos". Ele ainda denunciou: "Sem falar que o presidente do Incra anuncia esse edital para um ano enquanto deixa o Incra a pão-e-água sem orçamento nem diárias para nada".

Os sem terra desocuparam a Praça pelas relações criadas aqui em Alagoas a partir do Comitê Estadual de Mediação de Conflitos Agrários, coordenado pelo Secretário Álvaro Machado, dos esforços da Superintendente do Incra, Lenilda Lima, que desde que assumiu que tem buscado de forma incansável uma resposta de terra definitiva para àquelas famílias.

Também dão crédito de forma especial à atitude dos desembargadores Tutmes Airan e do empenho pessoal do Presidente do TJ, Sebastião Costa Filho, que assumiram a articulação com os produtores para que acredite nessa oportunidade para quem quer vender suas terras com garantias e em tempo hábil. Dessa forma, a presidência do judiciário demonstrou um Poder justo e sensível para dar credibilidade às negociações no envolvimento das autoridades em busca de uma saída dos conflitos de forma pacífica, sem perder a autonomia e autoridade, em atenção aos excluídos do campo que são vítimas de tamanha  miséria e da concentração de terra.

Para a desocupação foram usados dois caminhões (um do Incra e outro da prefeitura) e um ônibus, além de  lona e cestas básicas para que tenham um mínimo de apoio até se instalem na margem da BR, onde, ainda que de forma temporária, plantarão  lavouras de subsistência. O sentimento das famílias como Maria Dahora, Sr. Jaime e Dona Quitéria é de alívio por estarem mais próximos do campo. "Espero que não demore mais um ano para a entrada definitiva na nossa terra", disse Dona Quitéria que é uma das acampadas e liderança.

 

"Pelo que passamos do despejo violento e sofrimento de praça, merecemos prioridade junto com as outras três áreas em despejo dos demais Movimentos" reivindicou Rafael Simão Carlos da coordenação.

                                                                                                                                                           

(Coordenação do MTL/AL)


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