terça-feira, 23 de agosto de 2011

Sem-terra ocupam Chesf e Eletrobrás em Alagoas

12h39, 23 de Agosto de 2011
 
Vanessa Alencar/Alagoas24Horas/Arquivo
Movimentos sociais acampam na sede da Eletrobrás
Dando início à Jornada Nacional de Lutas da Via Campesina, em Alagoas, os movimentos agrários mobilizam a partir desta terça-feira (23/08) mais de dois mil trabalhadores do campo. Com uma pauta que agrega pontos nacionais e locais, os agricultores ocupam o Complexo da Companhia Hidrelétrica do São Francisco, em Paulo Afonso (BA), e a sede da Eletrobrás Distribuição Alagoas, em Maceió. Outras ações devem acontecer na Capital.
Os Sem Terra movimentam todo o país cobrando dos Governos medidas para execução da Reforma Agrária, como o assentamento imediato de 60 mil famílias, ainda este ano, e uma média anual de 100 mil famílias assentadas por ano, a partir de 2012. A Via Campesina negocia ainda a revisão das dívidas dos agricultores, a recomposição do orçamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), particularmente para obtenção de terras, e o financiamento da educação do campo, proibindo o fechamento de escolas no campo.
Além do acampamento em Brasília, com mais de 5 mil Sem Terra, a Via mobiliza 17 estados para pressionar respostas do Poder Público à pauta. Localmente, os movimentos cobram do Governo de Alagoas uma pauta já calejada de negociações: a destinação das terras do falido banco estadual Produban para fins de Reforma Agrária e a definição de políticas estruturantes para o campo, no sentido da produção e condições de vida digna (estradas, educação, saúde, abastecimento de água etc). Serão entregues também pautas ao Incra e outros órgãos.
“Queremos permanecer no campo, mas a falta de seriedade e ações efetivas dos governos com a reforma agrária nos obriga a vir para a cidade. O Estado, em suas esferas municipal, estadual e nacional precisa dar respostas as famílias que encontram-se acampadas com 5, 8 , 10 anos”, avalia Débora Nunes, da direção do MST. Ela atesta que nos assentamentos faltam infra-estruturas básicas, necessárias e dignas, a todo e qualquer cidadão: água, estradas, escolas. “Enfim condições para que possamos permanecer no campo e contribuir com a resolução de problemas estruturais em nosso país e estado, a exemplo da superação da miséria”, conclui.
Em Paulo Afonso, no Complexo da Chesf, os cerca de mil agricultores ocuparam pacificamente o pátio e alguns setores da Companhia. Em Maceió, a ação da Jornada ocupou com quinhentos agricultores o prédio central da Eletrobrás Distribuição Alagoas, na Avenida Fernandes Lima, principal via da capital.
No mês de agosto, uma diversidade de mobilizações dos movimentos sociais em nível nacional toma as ruas do campo e das cidades. As pautas consensuais entre a Via Campesina e os demais movimentos trazem a necessidade da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salários; da destinação de 10% do Produto Interno Bruto e de 50% dos recursos oriundos da exploração do Pré-Sal para educação; e a realização da Reforma Agrária, com obtenção de terras e políticas de desenvolvimento agrário, como agroindustrialização dos assentamentos, financiamento da educação do campo e outras.
Fonte:Rafael Soriano/MST

por: alagoas24horas





Nenhum comentário:

As mais Acessadas