quarta-feira, 6 de junho de 2012

Empresa financiada pelo Minha Casa Minha Vida mantém trabalhos precários e subumanos em Maceió

Trabalhadores da construção Civil bloqueiam no acesso do Benedito Bentes e denunciaram  atraso de salários.

 

Um grupo de aproximadamente 30 trabalhadores - na sua maioria mulheres -  ateou  fogo em pneus e galhos de árvores,  por volta das 13 horas dessa quarta (6), bloqueando parcialmente a Avenida Cachoeira do Meirim, nas imediações do CAIC no Benedito Bentes II, parte alta de Maceió. Elas disseram que naquele conjunto a empresa "MC" de Recife (sem precisar se era a terceirizada ou a construtora) mantinha cerca de 80 trabalhadores entre faxineiras, pedreiros, pintores, encanadores e eletricista em situação irregular e revelaram um dos responsáveis pelo atraso dos salários "Júnior".

Ainda conseguiram interditar uma "mão" no sentido Shopping Pátio Maceió. No início havia duas viaturas com cerca de 3 policiais apenas observando a reação dos trabalhadores urbanos que reclamavam até três meses de salários atrasados. Uma das manifestantes, denunciou que estavam trabalhando em condições de riscos e degradante,  que falta material de limpeza e de proteção como luvas, máscaras entre outros. "A empresa nos faz de burro de carga" denunciou uma outra manifestante.

Com o grupo meio disperso, e os homens afastados,  com a chegada de mais uma viatura, os policiais se aproximaram dos manifestantes com as mãos sempre próximas às armas, foram cercados por  algumas mulheres que denunciaram o abuso nas relações trabalhistas. Os policiais evitaram a interdição completa da pista, mas sem preparo para lidar com conflitos sociais, nada negociaram com os manifestantes, nem acionaram o Centro de Gerenciamento para fazer contatos com os representantes da empresa para averiguar compromissos para sanar as pendências.

Um policial que acompanhou desde o início, disse ao chegar o reforço da última viatura: "se eu tivesse uma guarnição boa, queria ver se esse vagabundos iam fazer  o que queriam", demonstrando como lidam com reações populares por conta de direitos desrespeitados. Com o reforço, ainda empurraram um manifestante que tentava colocar mais pneu e iniciaram a retirada por conta própria.

Uma das manifestantes disse:  "não vejo tanta violência e disposição para combater os criminosos. Agora, quer agredir trabalhadores. Por que não reagem contra quem paga o salário deles ou não dar condições de trabalhar".  E ainda desafiou: "Se tirar  o bloqueio e não resolver, voltaremos a bloquear  hoje ou amanhã.  Aqui não tem fiscalização de nada",  concluiu. 

 

(MTL/AL)

 

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