sábado, 30 de julho de 2011

Juíza da Vara Agrária de Marabá negou pedido de reintegração de posse da fazenda Peruano


Área foi invadida por integrantes do MST em 2004, mas requerente não conseguiu provar sua posse

A juíza Cláudia Favacho Moura, titular da Vara Agrária de Marabá, julgou improcedente, na manhã desta terça-feira, 24, o pedido de reintegração de posse de Evandro Liege Chugia Mutran, que alegava ser o proprietário da fazenda Peruano no município de Eldorado dos Carajás, sul do Pará. Segundo a sentença da juíza, o autor não conseguiu provar que as terras foram legitimamente destacadas do patrimônio público para sua posse particular. Além disso, no entendimento da magistrada, o imóvel não cumpriu com a sua função social, conforme estabelece a Constituição Federal de 1988.

A fazenda Peruano foi invadida por cerca de 500 integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST), em abril de 2004. Desde então, Evandro Liege Chugia Mutran litigava na justiça, tentando provar ser o legítimo possuidor dos 4.338,19 (quatro mil trezentos e trinta hectares e dezenove ares) de terra, que teria adquirido em 20 de novembro de 1984. O autor alegou, ainda, que exercia atividade pecuária no local com mais de 15 mil cabeças de gado, além de pesquisa animal com laboratório de genética.

Na sua sentença, a juíza Cláudia Moura afirma que além de o autor não ter provado a posse legítima de todo ou parte da chamada Fazenda Peruano, igualmente não satisfez a exigência do art. 186 da Constituição Federal , pois, ao inverso, existem documentos e declarações testemunhais provando que no imóvel não eram observadas as disposições que regulam as relações de trabalho, bem como exploração que favorecesse o bem-estar dos proprietários e trabalhadores.

Quanto às demais situações conflituosas na esfera agrária da região não existem decisões pendentes. As últimas concessões de reintegração relativa à fazenda Maria Bonita data do ano passado, enquanto que as referentes à fazenda Fortaleza, Retiro Porto Rico, Caroço do Olho e Cedro foram deferidas já neste ano de 2009. Totalizam 14 áreas à espera de força policial para a segurança no cumprimento das reintegrações.

(Texto: Vanessa Vieira)



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